terça-feira, dezembro 04, 2007

Eastern Promises (2007)


O misterioso e carismático Nikolai Luzhin (Viggo Mortensen) é o motorista de uma das mais importantes famílias da máfia de leste, em Londres. A família pertence a uma irmandade de criminosos chamada Vory V Zakone. Chefiada por Semyon (Armin Mueller-Stahl), proprietário de um restaurante típico russo e cujo ar acolhedor disfarça o seu fundo cruel e brutal, a fortuna da família é "esbanjada" pelo seu volátil filho Kirill (Vincent Cassel), que está mais ligado a Nikolai do que ao seu próprio pai. Mas a existência cuidadosa de Nikolai é abalada quando se cruza com Anna Khitrova (Naomi Watts), uma parteira de um hospital de Londres. Anna é profundamente afectada pela situação desesperada de uma jovem adolescente que morre ao dar à luz um bebé. Anna decide tentar encontrar a família do bebé, tendo por base o diário da jovem falecida. É com este princípio que Eastern Promises vai-se desenrolando e nos leva para o interior da máfia russa.
David Cronenberg dá-nos um excelente filme, apoiado na dicotomia entre a personagem de Viggo Mortensen, um homem frio, sem compaixão e com um penteado à Elvis, e a personagem de Naomi Watts, uma mulher que luta pela vida de um bebé.
Viggo Mortensen dá, literalmente, o corpo pelo filme e não seria de mau tom uma nomeação para óscar. Com o objectivo de enriquecer e compreender melhor a personagem partiu sozinho para Moscovo, São Petersburgo e para a região da Sibéria nos Montes Urais, passando semanas a percorrer a zona sem tradutor, estudou os gangs da organização Vory v Zakone, leu livros sobre a cultura das prisões russas e a importância das tatuagens feitas na prisão como currículos criminais, aperfeiçoou o sotaque siberiano da personagem e aprendeu várias deixas em russo, ucraniano e inglês. Durante as filmagens, usou contas anti-stress feitas nas prisões com isqueiros de plástico derretidos e decorou a sua caravana com cópias de ícones russos. Certamente seria um prémio bem atribuído.
Como é óbvio o filme não tem aspectos só positivos. O filme acaba por cair em certos clichés habituais deste tipo de filmes, mas que não danificam o filme no seu geral.

4/5


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