quinta-feira, novembro 30, 2006

Dredg - Live At The Fillmore

Para quem não conhece esta banda, o melhor a fazer é ir reflectir sobre o que tem andado a fazer no mundo durante estes anos todos. Feita essa reflexão, deverá começar por ouvir este álbum.
Gravado ao vivo no mítico The Fillmore em São Francisco, no dia 11 de Maio de 2006, é uma obra que resume e amplifica tudo o que os californianos Dredg (Gavin Hayes (voz/guitarra), Mark Engles (guitarra), Drew Roulette (baixo) e Dino Campanella (bateria/piano)) têm feito de bom durante a sua curta carreira musical. Álbum constituído pelos grandes "sucessos" da banda, desde "Yatahaze" ou "90 Hour Sleep" de "Leitmotif", passando por "Same Ol' Road" ou "Of The Room" de "El Cielo" e, obviamente, não esquecendo o álbum anterior "Catch Without Arms" através de "Bug Eyes" ou "The Tanbark Is Hot Lava".
Ao passear pelas músicas sente-se que estamos dentro do concerto, a viver o momento como se estivéssemos lá. Cria-se uma atmosfera da qual é apenas possível de fugir quando acaba de tocar a última faixa, mas que resulta num "efeito de ressaca" apenas "curável" com nova audição do disco.
Este álbum cumpre todos os requisitos que se pretendem de um disco gravado ao vivo. Primeiro, a selecção de músicas deverá ser equilibrada, podendo reflectir o estado actual banda sem negligenciar o caminho que a trouxe até ao presente; segundo, a interpretação das músicas em palco deverá estar aproximada dos originais gravados mas não deverá copiá-los inteiramente, introduzindo pequenas alterações que aumentem o seu interesse; e terceiro, a produção deverá ser fidedigna ao ambiente do concerto, não excluindo a participação do público e não exagerando no melhoramento do som.
Concluindo, "Live At The Fillmore" é o disco perfeito para os fãs de Dredg, mas que também é igualmente perfeito para se darem a conhecer a que não os conhece e está disposto a isso.

5/5


[nota: é desejo de todos os fãs que os Dredg venham a Portugal o mais breve possível.]

sexta-feira, novembro 10, 2006

nVIDIA vence corrida ao DirectX 10


É oficial. A corrida ao DirectX 10, a ser lançado juntamente com o novo Windows Vista, acaba de ser ganha pela nVIDIA, algo que seria de esperar da líder de mercado. Com o lançamento das GeForce 8800 GTX e GTS, a nVIDIA assegura, por agora, a manutenção da liderança no mercado das placas gráficas de topo.
Foquemo-nos então na topo-de-gama 8800 GTX. Equipada com o novo GPU G80, constituído por 681 milhões de transístores e cujo núcleo corre a 575 MHz, a GeForce 8800 GTX possui ainda dois módulos de 384 MB de memória GDDR3, cada um a correr a 900 MHz, mais valias estas que somadas devolvem um rendimento praticamente equivalente a duas GeForce 7900 GTX em SLi, segundo os testes que começam agora a surgir nos sites especializados. Com este poder de processamento é agora possível activar simultaneamente funcionalidades como o HDR (High Dynamic Range) e o AA (Anti-Aliasing), algo até há pouco tempo apenas possível para a mais recente geração de placas gráficas da ATi.
Do novo G80 há que destacar a inclusão do Shader Model 4.0, o método de sombreamento que sucede ao modelo presente nas placas actuais e que se traduz na união dos processadores Pixel e Vertex Shader num só, aos quais se junta o Geometry Shader para formar o agora denominado Unified Shader. Em oposição ao modelo de processamento existente nas placas gráficas da geração anterior, onde o sombreamento de pixeis e vértices era efectuado em processadores dedicados, o Shader Model 4.0 contempla o tratamento destes por um modelo único de processador, aumentando assim a eficiência. No que a números diz respeito, a GeForce 8800 GTX conta com 128 processadores de sombreamento unificado (cada um a correr a 1350 MHz), contra os 8 processadores de sombreamento de vértices e 24 de sombreamento de pixeis presentes na 7900 GTX.


Com uma arquitectura capaz de processar 86 GB de informação por segundo, o novo chip da nVIDIA permite ainda a activação de 16xAF (Anisotropic Filtering) e 16xCSAA (Coverage Sampled Anti-Aliasing), sendo este último capaz de filtrar arestas de imagens tridimensionais com velocidade equivalente à do actual 4xAA, mas com o quádruplo da qualidade. A acrescentar à lista de novidades encontra-se a capacidade integrada de processamento de dados dos motores físicos de jogos, o que tornará obsoleta qualquer placa adicional dedicada a este tipo de dados, como é o caso da relativamente recente PhysX da Ageia e permitirá ao processador central concentrar o seu cálculo quer na inteligência artificial, quer na própria gestão do jogo.
Passemos portanto ao que interessa, a performance em jogos. Neste domínio há que referir que a 8800 GTX consegue arrancar facilmente 100 FPS a um jogo tão exigente como o F.E.A.R. a uma resolução de 1280x960 e com opções no máximo, alcançando os 160 FPS no Prey a 1280x1024. No 3DMark06, por sua vez, a pontuação ascende a valores superiores a 10000, pontuação que, embora se torne de certo modo subjectiva por depender do processador utilizado no sistema, significa que com um Core2 Duo será possível atingir os 12500 pontos com relativa facilidade.
Funcionando com temperaturas que oscilam entre os 57 ºC (em idle) e 75 ºC (em full), a GeForce 8800 GTX pode revelar-se, no entanto, um verdadeiro problema a nível de consumo, principalmente para quem está disposto a investir num sistema SLi. O fabricante aconselha uma fonte de alimentação que suporte pelo menos 450W, isto para uma placa apenas, o que significa que uma fonte de alimentação de 700W ou superior será inevitável para o bom funcionamento de duas placas em paralelo.
Quanto a particularidades físicas, a GeForce 8800 GTX apresenta-se como uma placa de 27 cm de comprimento equipada com um sistema de arrefecimento que ocupa um slot adicional, especificação à qual o mercado alvo de placas de topo se tem vindo a habituar. Para além disto, esta placa distingue-se também pelo facto de possuir não um mas dois conectores SLi, o que poderá sugerir a possibilidade de em configurações futuras ter mais de duas placas interligadas, embora tal não seja suportado pelos drivers actuais nem oficialmente confirmado pela nVIDIA.
Embora seja talvez uma boa prenda de Natal, esta placa gráfica encontra-se apenas ao alcance dos entusiastas de carteira mais folgada, como é habitual neste segmento, situando-se o seu preço de lançamento entre os €600 e os €700.


Leiam a análise completa das duas novas placas da nVIDIA em:
  • GeForce 8800 GTS & GTX review @ www.guru3d.com


  • Wraithguard

    quarta-feira, novembro 08, 2006

    Mastodon + Tool @ Pavilhão Atlântico (5-11-2006)

    Passado pouco mais de cinco meses desde a sua ida ao Super Bock Super Rock, os Tool voltaram a apresentar-se em Portugal, desta vez no Pavilhão Atlântico e com Mastodon como banda de abertura.

    Com o atraso da abertura das portas acumulando com uma segurança (demasiado) apertada, muitas das pessoas não puderam assistir na totalidade a actuação dos Mastodon. Essas pessoas perderam parte de um concerto poderoso, apesar de com alguns problemas de som tão normais no Pavilhão Atlântico (a acústica é péssima). A banda de Atlanta apresentou-se durante cerca de 40 minutos a bom nível, dando a conhecer ao público português algumas das músicas do seu recente trabalho "Blood Mountain". Faltou apenas terem tocado algumas das músicas mais emblemáticas da banda, tais como "Blood and Thunder" ou "March Of The Fire Ants". Espera-se que venham a Portugal novamente para um concerto "só seu", onde possam potenciar ainda mais todo o seu valor.
    Finalizada a actuação dos Mastodon a habitual espera para a troca de bandas.

    Passavam alguns minutos das 22:00h quando entraram os Tool em palco. Comandados por Maynard (apresentou-se com uma máscara de gás na qual o microfone estava perfeitamente integrado) cada elemento ocupou o seu lugar como se de um posicionamento militar se trata-se. Cada elemento sabe o seu papel na banda e potencia-se ao máximo o seu valor dentro dela. Fazendo uma comutação entre músicas do último álbum 10000 Days e os anteriores, assim se foi desenrolando o concerto. No encore, o quarteto decidiu juntar-se e ficar sentado à frente do palco, interagindo um pouco com o público presente.
    Como é hábito nos concertos da banda, a componente visual e estética está muito presente. Com o auxílio a quatro ecrãs e de lasers entrou-se num mundo de ficção científica, onde a realidade se cruzou com a imaginação, algo verdadeiramente digno de admiração.
    Num concerto de Tool espera-se uma actuação espectacular, tanto a nível musical como a nível visual e isso foi oferecido. Dado a proximidade temporal entre este concerto e o dado no Super Bock Super Rock esperariam-se algumas diferenças na setlist. Tal não aconteceu e ficou um certo sabor amargo de que algo poderia ter sido diferente.
    Finalizado o concerto ficou a promessa de uma nova vinda a Portugal, desta vez no próximo Verão.

    Setlist de Tool:
    Stinkfist
    The Pot
    Forty Six & 2
    Jambi
    Schism
    Lost Keys (intro)
    Rosetta Stoned
    Sober
    Lateralus
    Vicarious
    Ænema

    quarta-feira, novembro 01, 2006

    Monstros no Atlântico


    O Monster Jam passou por Portugal. Seis dos mais musculados motores norte-americanos fizeram ecoar os seus 1500 cavalos de potência pelas entranhas do Pavilhão Atlântico, num festival de loucura motorizada capaz de apelar ao fascínio de miúdos e graúdos.
    El Toro Loco, Inferno, Batman, Superman, Taz e o campeão Grave Digger projectaram no ar a sua grandeza como que personagens de banda desenhada, à medida que iam moldando a pouco e pouco chapa amolgada que um dia serviu melhor propósito. O evento contou com provas de saltos, corridas de um contra um, prova de piões e uma prova livre onde tudo era permitido e a destruição imperava, tudo ao som de música metal, com êxitos de Megadeth, Korn e Disturbed, entre outros.
    As provas entre monster trucks foram complementadas pela introdução, a meio do evento, de um concurso de saltos acrobáticos sobre duas rodas em jeito de motocross freestyle, precedido pela execução de alguns stunts por um duo de motociclistas, ambos os quais não fizeram soltar menos aplausos que os gigantes de quatro rodas, funcionando inclusivamente como uma quebra na monotonia ensurdecedora. Este não foi, de facto, um espectáculo para os mais sensíveis de ouvido, tendo estes sido verdadeiramente postos à prova aquando da entrada de um veículo semelhante a um kart equipado com um propulsor cuspidor de fogo e cujo calor emitido era possível sentir na bancada. No entanto, o auge do espectáculo foi a prova livre de monster trucks, onde os pilotos puderam dar uso às suas aptidões e imaginação para executar as mais variadas acrobacias, provocando no público um entusiasmo contagiante no momento da despedida.
    No rescaldo do espectáculo permaneceu o cheiro a borracha queimada e alguma falta auditiva, mas também a euforia de quem assiste a algo tão incomum como o desafio às leis da gravidade por gigantes motorizados com quatro toneladas. Fica também o aplauso ao Pavilhão Atlântico por teimar em colocar Lisboa na rota dos grandes eventos internacionais.


    Wraithguard